Palco

Ela encena boas verdades
Sorrisos deslizantes pelo corpo
corpos suados que marcam a parede
parede fria que esconde o quarto desarrumado,
jogado,
usado sem medo ou pudor num teatro de homens e feras.

Disputa.
Ele a joga contra o móvel frio. Ela não se incomoda.
Ela segura com força a cabeça dele enquanto ele se abaixa...
Percebendo sorridente suas paredes molhadas...
Ele a devora enquanto ela morde os lábios.
Ele sedento e ela faminta... Ou o contrário.

Ela está nua...
Agora frágil e expectante.
Ele, trêmulo...
Desvia a atenção de seus olhos cativantes

O Silêncio imacula o ato.
Mescla a violência dos sentidos
à ternura do toque indelével...
Na pele agora a mostra e insinuante.

Mãos meigas agarram com fúria a cintura da moça,
ela o sente vir rasgando velhos conceitos,
deixando medos e pelos eriçados
enquanto a invade ansioso e rude.

Ele a penetra com tal força que a machuca.
Ela não se importa.
Se vira, se volta, contorce, distorce...
Alcança...

Disfarça

Há censura na cena que protagoniza

Concluindo do perigo que representa

A justa medida do prazer que causa.

Um comentário:

  1. Isso é que é uma expressão INTENSA e com pincelados de louco desejo!
    Bjkss

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