Para Ele a quem dedico o Meu Amor


Ele que é menino que essa menina ama.
Porque me deu moedas pra jogar na fonte e eu desejei que Isso nosso fosse o mais feliz.

Porque ele me faz dormir com carinho cabelo. E eu acordo feliz ás cinco da manhã.

E ele sussurra no meu ouvido Bom Dia. E eu abraço ele forte, forte. Como se ele fosse entrar em mim, rasgar a pele, encaixar os ossos, ficar alojado la dentro, seguro, só pra eu sentir por mais tempo aquele pulsar dele dentro de mim.

E ele diz que gosta de me ouvir falar e rir a toa, e contar historia e dizer bobagens. Que geralmente é coisa boba, sem importância que parece importar pra ele só porque quem diz sou eu. E o meu exagero tem mania de poesia.

E Ele ainda me deixa tomar leite de colher e eu balanço os pés durante o café-da-manhã. Faço barulho, ando descalça, brinco de escorregar no corredor. E ele brinca comigo. Porque assim o tempo não machuca agente.

Ele ate que faz bem que quer me ouvir cantar, mas eu não dou esse gostinho não, porque ele sabe que eu canto muito mal. Mas ele já não pode entender isso, porque separa cada verso da canção e me conta que é tudo nossa historia. E assim eu inventei de começar a cantar contando... E ele pareceu ate gostar de ouvir a melodia escrita.

E eu ando pela casa com as roupas dele e uso todo creme de cabelo, mas ele parece não se importar. E agente junto se olhando espelho parece não entender como existimos antes desse (re)encontro, porque já não nos enxergamos de outra forma, a não ser assim, se encaixando um no corpo do outro, e o desenho dos olhos de um explicando o desejo dos olhos do outro.

E nós fomos juntos no supermercado. Eu compro pão enquanto ele pede o queijo. E ficamos um tempão pra escolher a sobremesa, ele diz que queria me agradar. Gosto do mimo. Gosto porque veio dele. E confirmo comovida de que o homem indeciso entre tradicional e novo sabor é definitivamente o homem que eu amo.

Porque ele põe cata-ventos na janela, assim como eu, pra pegar as mensagens que eu mando e os beijos pro vento entregar e ele me ensinou á respeitar o tempo e os sinais do mundo, e as forças que nele estão.

E ele me leva numa rua bem estreita, com casas coloridas e vasinhos nas janelas e agente sonha de imediato com a mesma historia. Senhoras nos portões e crianças brincando na rua, constatando a sintonia da nossa infância ainda presente.

E agente se despede apertado quando é hora de ir embora. Ele diz que Isso não se acaba nunca. Eu sei, mas gosto tanto de ouvi-lo falar. Porque ele fala daquele jeito tímido, que parece querer atenção, querer colo. Só pra não lembrar que estou a caminho de casa. E logo a distancia começa a doer de novo.

E ele abre qualquer pagina de qualquer livro e é sempre a nossa historia que ele lê. E eu durmo no ombro dele na viagem, num carinho que me sinto tão segura. E ele encara corajoso cada olhar estranho sobre a menina que viaja sonhando aconchegada no seu peito.

E ele me deixa brincar com o cabelo dele, que agora é menor porque resolveu cortar. E eu acho que ele não acredita quando digo que eu gostei ainda assim. Porque ele é meu amor e é lindo, lindo.

E ele é inevitavelmente amável e tem essa mania boba de me escrever cartas, de me ligar de noite, de me dizer que ama e de afirmar apaixonante de que linda, sou eu.

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