Recém Chegado e Já de Partida

Hoje espero a cura do mundo
do meu, vulgo você, de mim...
De todos os ontens e antes
Em todas as horas e agora
Por todos os pecados meus
perdoados por Deus
e pendurados na sua conta.

Hoje relembrei a dormência dos versos
do toque, dos sorrisos, do afeto.
Da mórbida presença dele nas fotos, nos livros,
ou estático na porta da cozinha.

Hoje me alimento das sobras de delírio
dos restos de pele nos vãos, nos cantos,
tamanhos diversos, verdade santa.

Hoje me entrego ao pó de sonhos,
daqueles antigos, projetos
varridos para baixo do tapete
banidos do meu mundo
para o seu subterrâneo.

Hoje bebo todo o céu,
provo e me farto de mundo.
Comparo a idade com a sobriedade
Declaro ser incapaz de dirigir
em literal sentido...
01:01, 01:02, 01:03...
Hoje já passou e ainda não sinto o dia melhor.
O mesmo barulho de chuva,
o mesmo cheiro de medo e asfalto,
gosto amargo de jasmim
e cenário girando...
lembrando a palidez da imagem guardada.

Hoje amarguei o tempo passado
as tardes trancada no quarto alheio
celebrando o fim sem remorso.
O vazio repleto de novas cores...
amores...
Amor...que hoje é tão presente
quanto nunca mais será.

Hoje vejo o Sol nascer,
novo dia que a espera compensou
sinto o carinho, perco a carência,
deixo as promessas e o outono pra você,
mas fico com as flores...

Hoje parece não querer acabar...

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