Nunca entendia a revolta daqueles meninos.
Pois se ele era um homem paciente e arejado. Não lhes cobrava esforço ou dedicação.
Pedia-lhes apenas um pouquinho de atenção para não se sentir ainda mais sozinho.
Ele aceitava de bom grado qualquer resultado. Satisfazia-se com a mínima de sorrisos a sua presença.
E era um homem solidário, mas vivia só.
E jamais entendia a revolta daqueles meninos.
Também pudera. Ele jamais tivera meninos seus.
Mas ouvi dizer que meninas vieram bastante.
E jamais entendera o desapego daquelas gurias.
Pois se ele tinha a sorte de estar sempre certo e se ele não ligava pra não incomodar à noite.
Pois se ele era um cara legal. E esperava, sem cobranças, que se lembrassem dele. Até que fatidico ocorresse o momento do esquecimento, fruto do que acreditava ser o sinal do desamor. Sem causar dor, é claro, era um homem muito preocupado, mas vivia só.
E jamais entedera o descaso dessas meninas.
Também pudera. Ele jamais teve uma menina que pudesse chamar de sua.
Mas ouvi dizer que uma vez lhe veio um gato.
E jamais soube porque surgiu o bichano.
Pois se ele é risonho e tem parentes... é boemio, cantador e traz amigos...
pretende uma menina e seus meninos...
E era um homem de projetos...mas ainda vivia só.
Também pudera. Ouvi dizer que até o gato foi embora.
E jamais entenderia sua ilusão de não entender.
Ouvi dizer de meninos e meninas, gatos e entendimentos
que compareceram ignorantes ao velório.
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